Conquistar


Por vezes me pego surpreendida por histórias de pessoas que cobram espaço em nossa vida...  E o fazem sem mais nem menos, chegando a sentir-se no direito de ficarem extremamente chateadas se não alcançam esse regaço. Repetição que não é ocorrência subjetiva, pessoal, individual; mas ocorre de modo popular... E a presente escrita talvez venha cercada de voz como que num expando. Parece, por um lado, haver o medo pelo lançar-se na conquista e nada ver em troca. Mas me pergunto se alguma conquista torna em vão para aquele que nela, com afinco, se dedica. O acovardar-se de uma conquista pode estar envolto em tantas decepções quantas chegam a formar um cerco para o candidato que nela deseja lançar-se. Contudo, parecemos esquecer-nos da alteridade sempre presente e gritante, nada silenciosa: cada outro é isso que a palavra expressa – “outro”. Permitir o cerco da pusilanimidade provocada por lembranças passadas faz com que se “pense” todas as pessoas sob uma mesma ótica, de que todos farão o mesmo que um dia o alguém que se foi, que partiu – que partiu nosso coração, inclusive – fez conosco.  Mas para que flores não faltem também – apesar de saber que elas não existem sempre –, necessitamos de certa dose de esperança: as pessoas não são iguais... Conquista... Ê palavra esquecida! Seu significado: “granjear, ganhar (amor, simpatia, etc.)”; mas também já li assim: “saltar obstáculos, transpor muralhas e chegar ao alvo determinado, ocupar o espaço que parecia impossível” e gostei mais ainda da palavra cuja expressão exorta, denota, conota “força”, “esforço”, “vigor”. E esforço, segundo o Aurélio, é “atividade em que alguém mobiliza todas as suas forças, físicas eou morais, para atingir um fim”. Conquista envolve desafio e, como todo desafio, pode ser muito instigante, gostoso. Conquista não é só beijo e o “beijo não é só beijo – pode ser intimidade”, conforme dito pela psicanalista Judith Viorst; para o alcance dessa mesma intimidade há passos a serem dados, caso contrário, tudo pode não passar de uma “intrusão ofensiva”. Muito me assusta o fato de essa palavra parecer “imêmore” na cultura atual, especialmente no quesito “relações”. Pode-se pensar que a conquista é algo traiçoeiro, todavia, é preciso observar atentamente para o fato de que nem sempre se alcança exatamente o desejado (afinal, nem tudo é perfeito). Por isso é preciso abrir os olhos e encarar o “alvo” com flexibilidade, pois talvez a resposta não seja nem imediata e nem a que a ansiedade insiste em ver (porque há a necessidade em nós da visão, deixando de captar outras percepções sensoriais). Com isso entende-se: conquista envolve sensibilidade! Há momentos em que é extremamente necessário reter-se, ater-se ao silêncio surpreendente dos atos... Conquista é também colheita – delicada palavra para dizer de uma “apreensão” – de confiança quando ela diz respeito a pessoas. O escritor Eugênio Mussak, ao falar acerca de “intenção” expressa: “eu gosto do substantivo feminino ‘intenção’, que quer significar a proposta de um ato, de um movimento deliberado – portanto racional – em direção a um objetivo prédefinido. A vida de uma pessoa é cheia de intenções, às vezes boas, às vezes más. E é quando a intenção vira ação que as coisas acontecem, as transformações se processam”. Conquista é isso também: intenção! Quando esse movimento deliberado (porque o sujeito que nela se lança tem de fazê-lo com toda a liberdade que ele implica no sentido de que não haja cobrança, seja livre partindo de si e livre para aceitar o modo e a reação que vem do externo a si, que vem do outro) torna-se ação, talvez numa “coleção de pequenos atos”, ele pode estar agindo em favor do amor... Todo este escrito não é mero espraiamento, mas esporeamento – estímulo, incitação, persuasão – acerca do fato de que qualquer espécie de conquista, mas, aqui, em especial, da conquista de outro alguém, envolve atitude, iniciativa, intenção e não apenas espera... Falando do movimento (expressão, portanto, de ação) da conquista em direção ao amor, venho finalizar ainda com Mussak, quando o mesmo afirma: “O amor não se sustenta sem a intenção de amar e sem a ação pequena, mas constante, de alegrar o outro com sua presença. Acredito que o amor é uma grandeza que não se sustenta com o tempo. Ou aumenta ou diminui. Qual é, afinal, sua intenção?”. Suelen Nery dos Santos – 14022011 (http://vidasimples.abril.com.br/edicoes/097/pensando_bem/amor-racional-598418.shtml)
Conquistar é admirar-se de alguém todos os dias...!

4 comentários:

  1. Linda e inteligente duas coisas que nem sempre andam juntas... Creio que o amor é atemporal assim como Deus o é. Gostei muito do texto parabéns.

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  2. Obrigada... Feliz q tenhas gostado!!! É possível saber quem é você? Abraço!

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  3. Sim, mas... por enquanto vou manter deixa-la um pouco mais curiosa... duas dicas: é que ainda não fomos apresentados mas já tive a oportunidade de vê-la de perto infelizmente nesse dia não tive o prazer de conhece-la, a outra dica é que conheço alguém muito próximo de você... espero tela deixado muiiito curiosa rsrsrsrs, assim como espero ter a oportunidade de conhece-la se isso for possível é claro. A propósito o texto sobre solidão é maravilhoso, fala muito sobre o momento presente que tenho vivido. Um abraço!

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  4. A solidão é muito dolorida mas, agente aprende muito com ela, afinal todos nós precisamos ter um encontro com Deus e com nós mesmos, penso que ela seja uma das várias "pontes" ou "portas" (como queira) pra esse encontro acontecer, creio que ela é necessária pois, só assim podemos rever e rever... o que é preciso mudar em nossas vidas.
    Parabéns pelos textos, a propósito você já pensou em escrever um livro ou já escreveu algum? Abraços você é muito simpática e muito linda pessoalmente. Se eu estiver exagerando por favor me perdoe mas é verdade...

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